sábado, 21 de março de 2015

Heróis e Heroínas, Vilões e Vilãs os arquétipos e nossa identidade.

Hoje vou falar de um assunto em que estive pensando nestes últimos dias. Aliás, penso nisso normalmente quando estou enfrentando uma nuvenzinha escura na vida. Sim, o que eu quero dizer é que quando estou meio 'down' me esforço muito para ficar 'up' , melhor dizendo, quando estou meio deprimida procuro direcionar meus pensamentos para coisas ou pessoas que de uma forma ou de outra exercem um destaque no meu universo. Para mim, seja fantasia ou não, seja lenda ou não, seja ficção ou realidade, a verdade é que cada herói, heroína, vilão ou vilã, sempre deixa gravado em minha mente e em meu coração, alguma coisa interessante e que de certa forma, em alguns momentos da minha vida, são lembrados como referência para me levantar e continuar.
Estive pesquisando sobre isso e encontrei algo muito interessante:
O conceito de arquétipos, do jeito que conhecemos hoje, surgiu em 1919 com o suíço Carl Gustav Jung, discípulo de Freud.
Segundo ele, os arquétipos são conjuntos de “imagens primordiais” originadas de uma repetição progressiva de uma mesma experiência durante muitas gerações, armazenadas no inconsciente coletivo.
Os arquétipos da Morte, do Herói e do Fora de Lei são exemplos de algumas figuras que todos nós temos no imaginário desde criança. Independente de onde fomos criados, do país que vivemos e das nossas religiões e crenças, essas imagens são muito parecidas para todos.
É por isso que os arquétipos estão presentes nos mitos, lendas e contos de fadas. São eles que dão o verdadeiro significado para as estórias que passamos de geração em geração. Afinal de contas, as pessoas criam estas estórias para externar o que existe no inconsciente. Hoje os arquétipos podem ser encontrados nos filmes, na publicidade e em quase tudo que está ao nosso redor.
Os arquétipos nos ajudam a satisfazer algumas de nossas principais necessidades, como a necessidade de realização, pertença, independência e estabilidade.
Até mesmo quando consumimos produtos e serviços, somos influenciados pelos arquétipos. Uma cerveja, por exemplo, além de “matar a sede”, também pode satisfazer a necessidade de pertencer a um grupo, já que,  para muitas das pessoas, o simples fato de sair para beber cerveja significa estar com os amigos, familiares ou colegas de trabalho. Portanto, nesse caso, a marca de cerveja que souber usar o arquétipo certo, vai conseguir transmitir essa mensagem muito melhor. Veja o caso  Skol para entender sobre o que eu estou falando.
Tipos de Arquétipos:
Governante:
O Governante está no comando e no controle sempre. É típico dele ser mostrado como indivíduo extremamente responsável, que joga com muitas responsabilidades importantes.

Esse arquétipo quer liderança e poder! Ele pode ser resumido em termos de responsabilidade, competência e soberania e, sendo um tanto mais ambicioso, este seria um arquétipo preocupado com o bem-estar da sociedade e do planeta.
No marketing: os produtos e serviços relacionados ao arquétipo do Governante resguardam e encorajam a administração desses encargos de modo adequado, reafirmando o poder, o prestígio e o status do cliente ou do consumidor. Cartões de crédito, instituições financeiras, computadores e produtos destinados ao público-alvo classe “A” são alguns exemplos.
Lema do Governante: “O poder não é tudo… é só o que importa”
Prestativo:
O Prestativo é um altruísta, movido pela compaixão, pela generosidade e pelo desejo de ajudar os outros. Ele teme a instabilidade e a dificuldade, não tanto por si mesmo, mas pelo impacto sobre as pessoas menos afortunadas ou menos resistentes aos choques.
No marketing: o arquétipo do Prestativo é percebido em praticamente quaisquer atividades relacionadas à prestação de serviços, tanto para indivíduos quanto para organizações, corporações e firmas, como por exemplo, conserto de vestidos e outros trajes, limpeza de moradias, avenidas, oficinas etc.; restauração de objetos avariados ou quebrados; cuidados para com a saúde e o bem estar de pessoas enfermas ou idosas; serviços de condutor de automóveis, entre outros.
Para o Prestativo, considera-se eficaz o marketing que leva em consideração as inquietações do consumidor direcionadas aos outros. O cliente, neste caso, deve ser exposto como tendo preocupações com os demais, e o produto deve auxiliá-lo no sentido de demonstrar maior empenho e fornecer grande facilidade de ação.
Lema do Prestativo: “Ama teu próximo como a ti mesmo”
Amante:
O Amante quer um tipo mais profundo de conexão: que seja íntima, genuína e pessoal. Tais formas de conexão – seja com namorados, amigos ou membros da família – exigem muito mais conhecimento, honestidade, vulnerabilidade e paixão do que a ligação mais fria do Cara Comum.

No marketing: pode-se dizer que ao passo que o Cara Comum deseja bens e serviços que o auxiliem em termos de fazer parte do grupo (por serem muito similares aos que os outros consomem), os Amantes preferem produtos que sejam exclusivos, raros ou customizados. Para que uma empresa seja capaz de alcançar este arquétipo, precisará oferecer um excelente produto, de alta qualidade e, preferencialmente, personalizado. O Amante deseja qualidade da marca que consome, não por uma questão de prestígio ou de status, como o Governante, mas para potencializar seu prazer de viver.
Este arquétipo é comum nas indústrias de cosméticos, jóias, moda e turismo. Pode-se ainda observar o arquétipo do Amante em certas categorias de alimentos ligadas à sensualidade e ao prazer, como vinhos e iguarias finas, em que tais atributos muitas vezes fazem parte da experiência de consumo.
Lema do Amante: “Só tenho olhos para você”
Sábio:
Quando o Sábio está ativo na vida de uma pessoa, ela sente um agudo interesse em aprender por aprender. A parte do Sábio que existe dentro de uma pessoa concorda com a frase: Penso, logo existo. A partir desta definição, é possível concluir que, quando o arquétipo do Sábio predomina no caráter do indivíduo, há grande e constante motivação e interesse pelo aprendizado.
No marketing: para o Sábio, o principal receio que pode ocorrer é o de ser enganado por informações irreais ou falsas, o que acarretaria uma má interpretação de informações, dados ou situações. Assim, os Sábios vêem uma compra como sendo uma transação lógica, racional. Eles demandam informações e conhecimento a respeito da qualidade do produto à venda e do custo a ele relacionado. Em seguida, tomam a decisão – lógica – com base nas informações de que dispõem. Se neste processo o vendedor os faz sentir exímios conhecedores do assunto, é mais provável que comprem o que é oferecido do que se os fizesse experimentar a sensação de serem inábeis ou de sentirem-se pressionados.
Lema do Sábio: “A verdade libertará você”
Mago:
O Mago representa o arquétipo daqueles que desejam buscar os princípios essenciais que regem o funcionamento das coisas e empregá-los para que estas aconteçam. Os empresários podem ser percebidos comumente como Magos, assim como os atletas. As pessoas “mágicas” geralmente possuem sonhos, ilusões e aspirações que muitos avaliam como impossíveis ou impraticáveis, mas o cerne da magia é ter uma visão na direção da qual se deva caminhar. Quando algo dá errado, os Magos analisam a si mesmos, a fim de perpetrar uma mudança interior.
No marketing: quando o arquétipo do Mago está ativo nos indivíduos, eles são catalisadores da mudança. Os Magos são motivados pelo desejo de transformação pessoal e pela oportunidade de mudar as pessoas, as organizações e a época. Eles apreciarão se você lhes oferecer experiências transformadoras, mas o maior lucro surge quando você consegue ajudar um cliente a aperfeiçoar a si mesmo.
Lema do Mago: “Pode acontecer!”
Cara Comum:
Quando o arquétipo do Cara Comum está ativo em uma pessoa, ela usará roupas simples ou outros trajes comuns (mesmo que tenha bastante dinheiro), falará de um modo coloquial e detestará todo o tipo de elitismo. O objetivo dele é fazer parte do grupo e ser igual a todos.
No marketing: este arquétipo não aprecia artificialismos, tendendo a valorizar o nivelamento entre as pessoas, independente de classe social, religião ou cultura. Por exemplo, em uma festa, pedir uma cerveja nacional em vez de um whisky importado; convidar o cliente para nadar ou jogar boliche em vez de lhe oferecer um jantar sofisticado; todas essas escolhas podem fornecer a indicação de que o arquétipo do Cara Comum é valorizado, apreciado e estimado.
Lema do Cara Comum: “Todos os homens e mulheres são criados iguais”
Criador:
Quando o arquétipo do Criador está ativo nos indivíduos, estes se sentem compelidos a criar ou inovar – caso contrário, sufocam.
Nos dias de hoje, em muitas ocasiões, as situações cotidianas fogem do controle dos indivíduos, que canalizam na criatividade seus problemas e dificuldades, usando-a como uma válvula de escape. Por exemplo, uma mulher que tenha tido um dia estressante no trabalho ou em alguma outra situação vai para casa e pinta uma tela ou desenha uma paisagem para relaxar e sentir-se melhor. Qualquer atividade de cunho artístico é útil na satisfação do desejo de harmonia e de estabilidade, além de elevar a auto-estima do indivíduo.
No marketing: praticamente todas as pessoas possuem uma forma de expressão por meio da criatividade, sendo esta exposta por meio de atividades como pintura, artes plásticas, escultura, decoração e outras mais. Os produtos do Criador tendem a prestar alguma assistência às pessoas em tais afazeres. A associação com este arquétipo fornece, ainda, uma evocação de status a seus produtos. Muitos produtos caros, como móveis, esculturas e tapetes, são negociados recorrendo-se ao arquétipo do Criador.
Lema do Criador: “Se puder ser imaginado, poderá ser criado”
Bobo da Corte:
Quando o arquétipo do Bobo da Corte está ativo em uma pessoa, ela quer apenas se divertir. O desejo básico, aqui, é ser espontâneo e recuperar aquele espírito brincalhão que todos nós tínhamos quando éramos pequenos. O arquétipo do Bobo da Corte nos ajuda a viver a vida no presente e nos permite ser impulsivos e espontâneos.
Enquanto o Cara Comum e o Amante fazem uso da autocensura para se adaptarem ou se acomodarem no grupo, ou para atrair os outros, o Bobo da Corte se solta completamente, demonstrando que a pessoa pode agir de forma espontânea e natural e ainda assim ser acolhida e admirada pelos demais.
No marketing: o Bobo da Corte é o arquétipo perfeito para as marcas de cerveja. Os comerciais de cerveja, que costumam ser divertidos e espirituosos, demonstram bem a similaridade com este arquétipo.
Por exemplo, o “ritual” de sair para beber cerveja é normalmente envolvido por um clima de descontração e despreocupação. Um ambiente sem pressões em que todos são semelhantes, aceitos do jeito que são e onde a cerveja é o grande nivelador. Este é o ambiente ideal para o Bobo da Corte, e portanto, ele é o arquétipo da categoria de cervejas. Veja o caso Skol.
Lema do Bobo da Corte: “Se eu não puder dançar, não quero tomar parte da sua Revolução”


Inocente:
Quando o Inocente está ativo em uma pessoa, ela é atraída para a certeza, para idéias positivas e esperançosas, para imagens simples e nostálgicas, para promessa de resgate e redenção. O Inocente é uma pessoa otimista que está sempre visando ao “paraíso”. Este arquétipo prefere coisas previsíveis e não gosta de mudanças.
No marketing: se o consumidor tiver a certeza de que o produto ou serviço em questão, ou a própria organização com quem se relaciona, cumpre suas promessas e se baseia em valores perenes e duradouros, ele será leal à marca. Mas se for preciso, estará disposto a abandonar os valores predominantes naquele momento e experimentar algo que acredita ter valor maior.  O Inocente luta pelo bem e busca encontrar o produto adequado, que compartilhe de valores como a bondade e os comportamentos morais, em vez da ganância, da cobiça e dos comportamentos imorais.Por exemplo, as pessoas que abandonam uma cultura de alta pressão, focada no sucesso, para perseguir a alegria de uma vida simples, têm o arquétipo do Inocente presente em si.
Lema do Inocente: “Somos livres para ser você e eu”
Explorador:
Quando o arquétipo do Explorador está ativo na pessoa, seu chamado é para explorar o mundo e, nesse processo, encontrar a si mesmo para poder saber quem ele é.
Quando o sentimento de explorador é forte em uma pessoa, ela possivelmente faz, de modo consciente, algo que a diferencie dos outros indivíduos, como por exemplo os jovens que pintam os cabelos com cores chamativas, ou que colocam piercings em partes do corpo para conquistar ou afirmar sua individualidade. É como se mostrassem sua diferença como forma de resistência à resignação ou à conformidade.
No marketing: com base nesta definição, para ter sucesso na criação de uma marca sob este arquétipo, é preciso conhecer a história do Explorador: imaginar como, por exemplo, seria sentir-se aprisionado ou reprimido e desejar mais estímulo, agitação e aventura, sentir-se mais amplo do que a própria vida que se vive, como se ela de algum modo o contivesse ou refreasse.
Lema do Explorador: “Não levante cercas à minha volta”
Herói:
Quando o arquétipo do herói está ativo em uma pessoa, ela se fortalece com o desafio, se sente ultrajada pela injustiça e responde rápida e decisivamente à crise ou à oportunidade.
Há uma semelhança, e até uma afinidade, entre os arquétipos do Explorador e do Herói. Mas enquanto o Explorador busca encontrar a si mesmo, o Herói quer se ratificar ou provar, tentando sempre superar os seus limites, além de constantemente tentar melhorar o mundo em diversos aspectos, fazendo dele um lugar melhor, mais encantador e agradável.
No marketing: este arquétipo funciona bastante com produtos esportivos. Ele também pode ser utilizado no marketing ligado a causas sociais, como o próprio marketing social – que busca influenciar no comportamento de um determinado público-alvo, visando a um maior bem estar da sociedade no longo prazo.
Lema do Herói: “Onde há vontade, há um caminho”
Fora da Lei:
O arquétipo do Fora-da-lei é conhecido também como Revolucionário. Ele tem a sedução do fruto proibido e contém em si as qualidades sombrias da cultura, ou seja, as qualidades que a sociedade desdenha. Este arquétipo libera as paixões reprimidas da sociedade. Quando a consciência do Fora-da-lei está presente, as pessoas têm uma percepção mais aguda dos limites que a civilização impõe à expressão humana.
Percebe-se, de acordo com a definição deste arquétipo, que o Fora-da-lei ou o Revolucionário está fora de seu tempo. Tem valores discordantes que prometem a revolução, ou que acabam fazendo ameaças por intermédio dela. O arquétipo do Fora-da-lei fornece, ainda, uma maneira de dar continuidade às antigas qualidades, características e propriedades eventualmente existentes na cultura e fazê-las emergir novamente.
Lema do Fora-da-Lei: “As regras foram feitas para serem quebradas”


Então, de acordo com o momento que estou vivendo e em cada circunstância, procuro me focar em um dos arquetipos e meus prediletos são os heróis e as heroínas. 
Hoje em dia, eu que sou noveleira de carteirinha, me identifiquei profundamente com alguns personagens de novelas, que também entendo enquadrados dentro do que se chama arquétipo.
Entre os inúmeros com os quais nos deparamos ao longo da vida, sempre têm aqueles que permanecem para sempre no nosso universo particular, não é mesmo?
Vou citar alguns do meu universo particular:




Rei Arthur- Este foi, entre todos, o que deixou sua marca profunda, inclusive com uma frase célebre e muito verdadeira:
"A pior morte é a perda da esperança."
Eu, particularmente não considero a história do Rei arthur uma lenda. Tenho meus motivos para considerar um fato verdadeiro. Por isso, ele é e será sempre meu grande herói. Sua integridade, força, coragem e fé, realmente me deixaram mais do que um exemplo mas um conduta a servir de modelo de dignidade e honra.



Rainha Guinevere- Apesar de ter traído Arthur (seu marido) com seu melhor amigo  Lancelot, é minha heroína pela coragem de participar e enfrentar uma guerra, mantendo a lealdade para com os ideais do reino. 


Laura, da novela Pecado Mortal, interpretada pela linda Carla Cabral. Essa personagem me encantou por ser uma mulher guerreira, batalhadora e que apesar dos muitos tombos que levou na vida, enfrentou o preconceito da sociedade com relação so seu trabalho, demonstrou um caráter incorruptivel.


Guma da novela Porto dos Milagres, interpretado por Marcos Palmeira, também é meu herói predileto. Pela personalidade forte, honesto e íntegro e valente e ético.



Já o meu vilão predileto, é o Félix (Mateus Solano) de Amor à vida. Seus erros e sua conduta são injustificáveis mas deixou a lição de que mesmo o mais indigno e maldoso dos seres humanos, pode reconhecer seus erros e que ninguém é tão ruim assim que não possa despertar bons sentimentos.


Minha vilã predileta é a mafiosa Doroteia (Paloma Duarte) de Pecado Mortal. Linda, inteligente, corajosa e aparentemente fria e calculista, porém quando o amor tocou seu coração foi capaz de grandes renúncias.

Pois é gente. Heróis ou Vilões, sejam criações ou não, o fato é que quem os criou, naturalmente e de alguma forma inspirou-se em alguém, não é? Penso que sim, porque afinal, nossa imaginação é livre mas sem dúvida, cria de acordo com seus registros conscientes ou inconscientes...