domingo, 25 de janeiro de 2015

O amor e a diferença de idade



Tenho observado que esse tema já foi polêmico mas hoje em dia já não é mais e se tornaram cada vez mais frequentes a união entre pessoas de diferentes idades. Eu li muitos artigos sobre esse tema e já tive essa experiência na minha vida. 
Falar de amor é sempre um tanto subjetivo. Cada um ama a seu modo e de acordo com seus valores.Mas o fato é que alguns racionalizam o sentimento e outros não.
O que eu quero dizer é que num sentido geral, amor a gente sente e não escolhe por  quem sente mas algumas pessoas exercem um controle racional e seletivo no tocante aos sentimentos. Assim, essas pessoas em se tratando de relacionamentos afetivos se tornam seletivas seja quanto ao aspecto físico, cultural, intelectual, etc e dentro disso, também com relação à idade, ou seja, uma idade superior, igual, ou inferior.
Nada contra, mesmo porque cada ser vivente possui sua própria personalidade e seu jeito de ser e sua essência é sagrada. Além disso, quando se trata de sentimentos, eu penso que não existe certo ou errado.
Bom, mas o fato é que muita gente ainda encara a diferença de idade entre os casais como um tabu, com um certo preconceito enfim, seja a que título for e seja qual for a justificativa, não só pela minha experiência num relacionamento em que o namorado era mais novo do que eu como também por outros relacionamentos de que tenho conhecimento no meu círculo familiar e de amizade, cada vez mais desaparecem as razões para se ver na diferença de idade um problema.
Numa época da minha vida, namorei um cara bem mais novo do que eu. Na verdade, sou uma pessoa tão desencanada com a opinião alheia e tão centrada em mim mesma que nunca me importei com o que as pessoas iriam pensar ou iriam dizer. Eu cursava o segundo ano da Faculdade e ele estava cursando o primeiro ano do colegial.
Ao contrário do que se possa imaginar, Flávio (era o nome dele) era uma pessoa muito mais responsável , muito mais organizado, muito mais disciplinado e centrado, do que eu que aliás nunca tive lá muito juízo. Chegava a ser impressionante a maturidade dele em todos os aspectos da vida.  Flávio era divertido, carinhoso e gostava de viajar, de sair, de curtir a vida mas tudo em doses de perfeito equilíbrio e sensatez. Eu era justamente o oposto, não tinha hora para nada, não era focada e vivia a vida ao toque de uma flauta. (kkkk) E me apaixonando por ele é que fui aprendendo é que fui despertando essas qualidades em mim que aliás me conduziram muito bem em busca dos meus objetivos de vida até hoje.  Lembro que muita gente me dizia: "mas Vivi, como você consegue conviver com um cara que nem pode dirigir ainda?" Como...? Eu digo pra vocês: aprendi a não ser tão dependente de carro e que caminhar faz bem pra saúde(kkkkk).  O fato é que éramos apaixonados sim e diferença de idade para nós não era problema e sim somente nos acrescentava como seres humanos. Creio que teríamos nos casado e nossa história teria o final dos contos de fadas. Infelizmente, Flávio faleceu, vítima de uma acidente de carro. Entrei numa depressão terrível a ponto de sair de mim. Aliás há uma música que expressa muito bem o sentimento da gente quando perde um grande amor em nossa vida, vou até postar aqui:




Fechando os parênteses, quando perdi Flavinho passei a me sentir exatamente pela metade e exatamente como diz a música que sempre me provoca a lembrança de tudo mas tive que abrir esse parênteses para chegar ao que intenciono abordar. Então tive a verdadeira noção do significado do nosso relacionamento e via de consequência, concluí que apesar da diferença de idade entre nós, sendo eu a mais velha, o que resultou para mim dessa relação foi um grande aprendizado que permaneceu em minha vida como uma importante e por que não, a mais importante referência de todas e que não se compara a nenhum dos meus relacionamentos posteriores.
Da parte dele, os amigos e familiares receberam nosso relacionamento com naturalidade e sem nenhuma ressalva, tanto que apesar da ausência física dele, a amizade permaneceu entre nós todos.
E bem assim, como eu disse antes, casais em que há diferença de idade , pelo menos no meu círculo familiar de no círculo de amizades, vivem em plena harmonia.
Eu penso que para que essa diferença vista por alguns como um problema em face dos interesses pessoais característicos da idade de cada um é o fator relevante e que para  ser superado deve ser tratado de uma forma compreensiva e solidária. Por sua vez, quem ama de verdade, é compreensivo e solidário.
Não só num relacionamento onde existe uma razoável diferença de idade mas como em todo relacionamento, penso que existe algo fundamental que se preservado, com certeza resultará em harmonia e prosperidade. E esse algo é a preservação da individualidade de cada um. Em outras palavras: ambos devem manter um tempo para si mesmos, para seus amigos, para seus familiares, para seus lazeres, enfim, amar um ao outro não quer dizer desligar-se do mundo, não quer dizer renunciar a si próprio. 
E se existe essa preservação, todo e qualquer relacionamento prospera, especialmente relacionamentos em que há diferença de idade.
Acrescento ainda, que quando você deixa de se preocupar com essa diferença, a própria vida se encarrega de colaborar para que a relação se convalide. Quando o amor acontece e realmente é verdadeiro, tudo o mais são detalhes, meros detalhes diante dos quais a força  e o poder de um sentimento verdadeiro jamais vai sucumbir.
Nossa sociedade vem evoluindo nesse aspecto, aliás em outras culturas antes tão conservadoras e cheias de preconceitos, esse especialmente já vem perdendo lugar porque hoje mesmo aqueles que racionalizam o sentimento e que são seletivos no que diz respeito à idade, já deixaram de persistir nesse fator dada a constatação da total irrelevância e até dos benefícios em termos de experiência pessoal que isso pode resultar para ambos.
Então, apenas viva e como dizia Flavinho: "Amo e pronto."
Amor eterno Flavinho!


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